quarta-feira, setembro 28, 2005
segunda-feira, setembro 26, 2005
Profeta
Só num país das "Last things".
domingo, setembro 25, 2005
Não melhorámos nada...
Arriscando-me a ser politicamente incorrecto, sabem quem e quando escreveu ?
Pois foi em 17 de Agosto de 1935 - há 70 anos - Salazar.
(In António Trabulo, O Diário de Salazar, Parceria A. M. Pereira, 7ª edição, Lisboa, 2004, p. 110)
A independência entre poderes ...
(título no Público, n.º 5661, sábado, 24.09.2005, página 8)
sexta-feira, setembro 23, 2005
caminho
Al Berto
Outono
À medida que os anos passam, a transição das estações deixou de ser o que era. Lembro-me do tempo em que o verão era verão, o inverno era inverno e a primavera e o outono eram claras estações de transição cada qual com as suas características típicas. Havia roupa de inverno e roupa de verão (agora também há, mas por razões mais marcadamente comerciais – o que se vende em cada momento). Os chapéus de chuva, as gabardinas e os sobretudos guardavam-se no fim do inverno até daí a meio ano. A mudança da hora nos últimos fins de semana de Setembro e Março ajudava a marcar os equinócios; agora até isso a harmonização europeia nos levou com a passagem da mudança da hora para o último fim de semana de Outubro...
quinta-feira, setembro 22, 2005
Cor
se chama vida? Eu retiro-me
para outros tons de azul."
Rolf Dieter Brinkmann
Querer ser amada...
quarta-feira, setembro 21, 2005
Terapia da fala
É pena o Expresso não estar on line sem ser por assinatura, pois então um simples link chamaria a atenção para a excelente “Crónica Feminina” de Inês Pedrosa na revista Única (n.º 1716, 17.09.2005). Escreve acerca da má-língua em Portugal e em como ela substitui a própria leitura. Um pequeno excerto:
Quantos dos que compraram o Ensaio sobre a Lucidez, de Saramago, ou. este ano, as edições luxuosas do D. Quixote.., de Cervantes, os leram efectivamente ? À maior parte, bastou-lhes ter ouvido falar. Têm lá em casa, para ler na reforma – cada vez mais longínqua -, mas são capazes
de jurar a pés juntos que leram, assim como podem ficar três horas a discutir se quem merecia o Nobel era Saramago ou Lobo Antunes sem sequer lhe terem posto a vista em cima. É por isso que nem as biografias vingam por cá. A nossa movida faz-se do “ouvir dizer”, do “dar uma vista de olhos”, do “lamiré” e do “tenho a impressão”. Ouve dizer-se que Fulano chegou a administrador porque é amigo de Sicrano, faz-se constar que Beltrano fez um doutoramento na famosa Universidade da Saint Isotrope, e assim por diante.
Isto é bem verdade. Nas rádios ou televisões podemos apreciar que a maior parte das intervenções se baseiam muito mais no “ouvir dizer” e no “tenho a impressão” do que no conhecimento aprofundado das matérias abordadas. Neste “country of last things” em que a banalização e a mediocridade são cada vez mais generalizadas, em que todos têm opinião sobre tudo, são cada vez menos os que mostram que sabem realmente do que falam.
terça-feira, setembro 20, 2005
Outros atentados, mas ao património
Pois para proteger o interior da capela nada melhor do que uma "bela" porta de alumínio plastificado em branco. Umas "lindas" jarras com flores de plástico. E em frente um casinhoto tipo churrasqueira especialmente preparado para nele serem colocadas velas. Para estas não se apagarem nada melhor do que previdentemente tapar com jornais as incómodas aberturas existentes ...
segunda-feira, setembro 19, 2005
sexta-feira, setembro 16, 2005
Para onde vai o Algarve ?
Para oeste de Albufeira, a partir do atentado visual que é a urbanização da nova marina o contínuo urbano na zona litoral chega até aos Salgados. Aqui esperemos para ver como vai coexistir o cordão dunar com a espiral da construção das novas urbanizações. Armação de Pera cresceu em altura, não timidamente com meia dúzia de andares mas muito mais, com a silhueta do aglomerado urbano quase lembrando uma pequena Manhatan. A vila é quase circundada por avenidas e seguramente por bem mais de meia dúzia de rotundas. Um novo mercado potencial para os artistas plásticos pois cada uma delas é local possível para uma nova escultura... Novas urbanizações, vilas, empreendimentos veêm-se em todas as futuras esquinas. Constroi-se, constroi-se, constroi-se e logicamente o que mais se encontra é publicidade a oferta de serviços de mediadores imobiliários. A estrada para a Senhora da Rocha é também já muito mais "rua" do que "estrada".
Há mercado para tanta nova construção ? Seguramente que há, senão não se arriscaria o investimento. E à questão do "quem compra ?" quando se esperaria ouvir a resposta "estrangeiro" ouve-se precisamente o contrário. Claramente falha aqui qualquer coisa, quando se liga isto a situação económica global, contenção, etc.
Para onde vai o Algarve ?
quinta-feira, setembro 15, 2005
Fazer crescer o bolo ou discutir a sua divisão
Não sei se é frase fora do contexto como tantas vezes a imprensa nos proporciona. Mas que é infeliz, é! Não se discute a "forma de fazer crescer o bolo", mas sim o tamanho da fatia que cabe a cada um. Dissesse-se "o Norte tem que ter um ritmo de crescimento maior do que Lisboa e Vale do Tejo" e tudo estaria bem. Agora assim ...
sábado, setembro 10, 2005
Pedido de desculpa
Rogério Guimarães, cidadão eleitor n.º 6823, da unidade geográfica de recenseamento das Caldas da Rainha, vem por este meio pedir desculpas a todos os democratas por ter contribuído com o seu voto para a eleição deste Governo.
Sério ou ironia ? Não é mau para um Governo que vai fazer seis meses de vida ! Será que vai ser necessário diminuir o período das legislaturas para que o eleitorado se possa exprimir com mais frequência ?
E viva o futebol !
Como dizia o de hoje (Público de 09.09.2005) para que havemos de andar a falar na Noruega que lidera o ranking do desenvolvimento humano da ONU, onde não há desemprego, pobreza, assimetrias sociais, o Estado não tem défice, a economia é solida, etc. se "Portugal lidera o seu grupo, basta-lhe um simples empate para garantir a presença no Mundial, enquanto os noruegueses estão a cinco pontos do primeiro do grupo deles" !!!
Na sua ironia isto diz muito pois acredito piamente que muitos portugueses pensarão isso. Enquanto o futebol continuar a ocupar uma tão grande fatia das nossas preocupações - com a colaboração irresponsável de tantos - os assuntos sérios não se aprofundam. E continuaremos neste marasmo !
sexta-feira, setembro 09, 2005
A minha história predilecta
Uma bailarina russa que tinha setenta anos e ensinava dança pelas escolas, foi seguida por um jovem, seduzido por sua figura esguia e arrebatadora.
Para não ser alcançada, correu até casa e, ofegante, fechou-se no apartamento. A jovem filha interrogou-a sobre o sucedido.
“Uma coisa extraordinária”, responde a velha mãe. “Um jovem rapaz seguiu-me e eu não quis que descobrisse o meu rosto para não o desiludir com a minha idade. Vê pela janela se ele ainda está no passeio”.
A filha foi à janela e, sobre a estrada depara com um velho que olhava para cima.”
Tonino Guerra
Algarve: Num "country of the last things"...
Recuso considerar-me como "antidesenvolvimentista", mas não é preciso ser grande especialista para entender (ou não entender...) como alguns crescimentos urbanos foram feitos. Albufeira é um bom exemplo do que digo. Ao caos do crescimento, medido em toneladas de betão, junta-se a agressão das cores berrantes utilizadas em novas e apregoadas urbanizações.
No meio de tudo isto vale - ainda - o Sol e os cada vez mais reduzidos recantos onde a bela paisagem natural pode ser apreciada. Com a sensação de se viver aqui também num "country of the last things".
quinta-feira, setembro 08, 2005
Às avessas
Espanto
quarta-feira, setembro 07, 2005
Conversas
A propósito do Ano Inesiano
Pedro Lembrando Inês
“Em quem pensar, agora, senão em ti? Tu, que me esvaziaste de coisas incertas, e trouxeste a manhã da minha noite. É verdade que te podia dizer: «Como é mais fácil deixar que as coisas não mudem, sermos o que sempre fomos, mudarmos apenas dentro de nós próprios?» Mas ensinaste-me a sermos dois; e a ser contigo aquilo que sou, até sermos um apenas no amor que nos une, contra a solidão que nos divide. Mas é isto o amor:ver-te mesmo quando te não vejo, ouvir a tua voz que abre as fontes de todos os rios, ...”
Nuno Júdice
terça-feira, setembro 06, 2005
HUMANO
Este post já teve vários formatos e vários tons. Escrevi um texto enorme sobre como comportamentos puramente humanos se podem transformar em comportamentos heróicos. Depois percebi que uns e outros são a mesma coisa. Sean Penn é hoje a face mais visível disso mesmo. Para quem não sabe do que estou a falar é só imaginar este senhor, de mangas arregaçadas, num barco, nas ruas transformadas em rios de New Orleans. Meramente humano? Sim, HUMANO.
segunda-feira, setembro 05, 2005
Globalização linguística?
Exorcismos
Quem sou eu?
Não sei se respondo ou se pergunto.
Sou uma voz que nasceu na penumbra do vazio.
Estou um pouco ébria e estou crescendo numa pedra.
Não tenho a sabedoria do mel ou a do vinho.
De súbito, ergo-me como uma torre de sombra fulgurante.
A minha tristeza é a da sede e a da chama.
Com esta pequena centelha quero incendiar o silêncio.
O que eu amo não sei. Amo. Amo em total abandono.
Sinto a minha boca dentro das árvores e de uma oculta nascente.
Indecisa e ardente, algo ainda não é flor em mim.
Não estou perdida, estou entre o vento e o olvido.
Quero conhecer a minha nudez e ser o azul da presença.
Não sou a destruição cega nem a esperança impossível.
Sou alguém que espera ser aberto por uma palavra.
António Ramos Rosa
Ideias
Tempo
domingo, setembro 04, 2005
Homenagem
Este poema começa por te comparar
com as constelações,
com os seus nomes mágicos
e desenhos precisos,
e depois
um jogo de palavras indica
que sem ti a astronomia
é uma ciência infeliz.
Em seguida, duas metáforas
introduzem o tema da luz
e dos constrastes
petrarquistas que existem
na mulher amada,
no refúgio triste da imaginação.
A segunda estrofe sugere
que a diversidade de seres vivos
prova a existência
de Deus
e a tua, ao mesmo tempo
que toma um por um
os atributos
que participam da tua natureza
e do espaço criador
do teu silêncio.
Uma hipérbole, finalmente,
diz que me fazes muita falta.
Pedro Mexia
sábado, setembro 03, 2005
Perdição
Francisco José Viegas, in Lourenço Marques
Memória
Francisco José Viegas, in Lourenço Marques
In the beginnig was....
I don't expect you to understand. You have seen none of this, and even if you tried, you could not imagine it. These are the last things.
Paul Auster