quinta-feira, junho 21, 2007

Registo (2) - Como se faz política em Portugal

A notícia é do Correio da Manhã e é bem exemplificativa de como se faz política em Portugal:

O administrador executivo da Área Metropolitana do Porto diz que a loja Ikea de Matosinhos vai ser muito mais do que isso – “vai ter ao lado um centro comercial duas vezes maior do que o NorteShopping” – e afirma que o ministro da Economia lhe pediu “o favor pessoal” de aprovar todo esse complexo comercial “sem condições nem restrições”.
Num colóquio anteontem, que assinalou o primeiro aniversário do Centro Empresarial de Barcelos, Emídio Gomes criticou severamente as benesses atribuídas aos grandes grupos e a “inexistência” de apoios às pequenas e médias empresas nacionais.“A Ikea tinha assegurado isenções fiscais e de Segurança Social por vários anos e, quando eu pensava que já era muito, o senhor ministro chamou-me e pediu-me um favor pessoal, foram estes os termos, de nós, Área Metropolitana, aprovarmos, sem condições nem restrições, um projecto que implica um centro comercial, que é o dobro do NorteShopping, e fazermos as acessibilidades”, disse Emídio Gomes.Mas o administrador da Área Metropolitana do Porto afirmou ainda que “isto foi tudo aprovado sem restrições e a Área Metropolitana vai fazer, à custa do erário público, todo o nó de Perafita. Só depois de tudo isto assinado é que eles nos criaram os tais 100 ou 200 postos de trabalho em Paços de Ferreira”.O Correio da Manhã confrontou o ministro da Economia, durante a sua deslocação aos Estado Unidos com as afirmações de Emídio Gomes.Manuel Pinho afirmou desconhecer qualquer pedido feito ao administrador da Área Metropolitana do Porto.
CRÍTICAS
Emídio Gomes, à direita, partiu a louça. E ainda disse que a EDP, PT e Galp são mal geridas. “Limitam-se a sugar o mercado interno. O meu cão, ‘Golias’, faria igual”, disse.

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quinta-feira, maio 03, 2007

A telenovela das 8

Antes as telenovelas vinham depois dos telejornais. Depois passou a haver telenovelas antes e depois dos telejornais. Agora há também durante. Ontem o episódio foi a declaração de Marques Mendes; hoje foi a declaração de Carmona. O que nos reservará o episódio de amanhã às 20 h ?

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quarta-feira, maio 02, 2007

Eleições...

Já que vamos ter de votar para meio mandato do executivo autárquico de Lisboa, será demais (ou ingénuo...) pedir que nos apresentem listas com candidatos, não de "mais do mesmo", mas de políticos não profissionais e de currículo acima de toda a suspeita ?

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sábado, abril 28, 2007

Separação de redes

Os jornais noticiam que o spin off da PT Multimédia foi aprovado. Sob o ponto de vista dos consumidores é essencial a separação das redes de cabo e de cobre de que tanto se falou durante a OPA Sonae/PT e que constituía uma das condições da AdC para que a operação fosse possível. A Anacom também defende a separação como essencial à existência de concorrência no sector.
A empresa por iniciativa própria, decidiu fazer essa separação. Até aqui tudo bem, se não estivéssemos em Portugal. É que, nestas circunstâncias qualquer dos reguladores não têm poder para intervir e acompanhar o processo. Por isso Paulo Ferreira, intitula o editorial do Público de hoje "Diz que é uma espécie de separação de redes" e lembra que PT e PT Multimédia vão partilhar o mesmo núcleo accionista. E acrescenta que "não é fácil acreditar que quem sempre evitou a concorrência vá agora promovê-la entre o seu bolso direito e o esquerdo." O tema, para ter uma solução inequívoca, só pode ser resolvido politicamente, se o Governo obrigar a uma separação que vá para além da fachada. E será que este Governo o quer fazer ?

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sábado, abril 21, 2007

Profissão: actividade partidária

sexta-feira, abril 20, 2007

O folhetim continua...

... Todos os dias há um episódio novo. Hoje é Armando Vara que recorreu a um instituto público para fazer obras numa casa particular. Como pano de fundo aparece sempre António Morais, professor de várias cadeiras da licenciatura de engenharia civil da Universidade Independente. A comunicação social está a esmerar-se nas suas investigações!

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segunda-feira, abril 09, 2007

Sugestão...

... ao ministro da Economia Manuel Pinho para que faça a auto-estrada Porto-Lisboa, sem batedores da GNR, como qualquer cidadão normal, numa 2.ª feira de Páscoa. Certamente no final perceberia pelo menos duas coisas:
1.ª Que a A8 é uma verdadeira alternativa à A1 no percurso Leiria-Lisboa e que portanto foi uma tremenda asneira a sua decisão que reverteu a decisão da Autoridade da Concorrência que se opunha à aquisição pela Brisa (concessionária da A1) das Auto-estradas do Atlântico (concessionária da A8).
2.ª Que a bem da defesa dos consumidores (que também é da tutela do Senhor Ministro que até tem um Secretário de Estado da Defesa do Consumidor preocupado com os arredondamentos à milésima das taxas de juro dos bancos) é urgente (tão urgente que já deveria ter sido feito há muito tempo) alterar o Contrato de Concessão da Brisa (ou outro qualquer documento que impeça a solução) no sentido dos consumidores serem ressarcidos dos prejuízos de não poderem usufruir o serviço de utilização das auto-estradas a 100% pelos ininterruptos troços em obras que sempre existem.

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segunda-feira, março 26, 2007

Grandes Portugueses (11)

Votei em D. João II. Mas entre ele, o Infante ou Afonso Henriques não me escandalizaria que qualquer deles fosse o vencedor.
Não me espantou o resultado dadas as circunstâncias... Espantou-me, isso sim, a percentagem com que AOS ganhou. Que deve ser objecto de boa meditação por parte de quem nos governa, mesmo que se trate de votos de protesto como os classificou Rosado Fernandes.
E não deixa de ser curioso como no dia em que pela Europa se comemoravam os 50 anos do Tratado de Roma e a visão dos fundadores, em Portugal se tenha assim celebrado o homem do "orgulhosamente sós".

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sábado, março 24, 2007

Registo (1)

"O golfe está para Portugal, assim como a neve está para a Suiça"
(Ministro Manuel Pinho
na inauguração do primeiro de seis campos de golfe que o concelho de Grandola vai ter)

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sexta-feira, março 23, 2007

A invasão chinesa

As lojas chinesas existem por todo o Portugal. Não há cidade, vila ou aldeia que não tenha uma. E nas grandes cidades posicionam-se umas junto das outras, reproduzindo-se a uma velocidade estonteante.
Agora parece estar em curso uma outra vertente desta invasão, bastante mais sofisticada e menos visível. Uma newsletter de assuntos de logística que recebo por razões profissionais, entre as cinco notícias ontem publicadas referia as seguintes duas:
- Os chineses são instalar um centro de distribuição em Lisboa de materiais de construção chineses que visa fazer de Portugal uma plataforma de distribuição a partir da qual aqueles produtos poderão entrar mais facilmente nos mercados europeus e africanos;
- A China Shipping Container Lines vai assinar um contrato com a Administração do Porto de Sines para aqui iniciar actividades, culminando um protocolo sobre transporte maritimo que vai ser assinado entre os dois países em Abril próximo.
Isto significa que a invasão chinesa não pára: depois dos peões de infantaria representados pelas lojas que encontramos a cada canto, vamos agora ter a invasão de "tropas" mais especializadas. Sendo voz corrente ser aquele país uma origem privilegiada de produtos de contrafacção, em que as regras mínimas de propriedade industrial não são respeitadas, só espero que os materiais de construção que aqui vão chegar sejam devidamente fiscalizados para ver se cumprem os requisitos das normas técnicas em vigor em Portugal ou na Europa.

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quinta-feira, março 22, 2007

Doutores e engenheiros...

A excessiva importância que neste país se dá aos títulos académicos é bem característica da maneira de estar portuguesa. Todos somos doutores ou engenheiros e se alguém não o é, vamos mas é tratá-lo por doutor que doutra forma não é gente. Entretanto Bolonha vai dar-nos licenciados com três anos e as habilitações mínimas para o mercado de trabalho passarão a ser o 12.º. E o número de Dr.s (nesta acepção, claro, porque doutores de doutoramento, por extenso, vai havendo apenas alguns que na prática do tratamento nada se distinguem dos outros) vai aumentando e generalizando-se. É a democratização do tratamento.
O meu curso de engenharia é do tempo em que o currículo se estendia por SEIS (!) anos lectivos. Continuo a ser licenciado em engenharia (e, já agora, também "engenheiro" porque estou inscrito na Ordem e o meu curso é automaticamente reconhecido para tal). Não me envergonho da preparação que o meu curso me deu, mesmo quando a comparo com os currículos actuais dos Mestres (dois anos para além da licenciatura de três). Mas lá por isso não me intitulo Mestre, nem quero que me tratem como tal.
A história que o Público hoje investiga (as reais habilitações do Primeiro Ministro) já a conhecia de blogues e mails que circulavam na net. Não me preocupa nada que o país tenha um Primeiro Ministro sem licenciatura: para ser político e para fazer política não é necessária licenciatura e bons ministros e secretários de Estado já houve que não tinham esse grau académico. Ou até, como faz a Nota da Direcção Editorial do Público, é bom lembrar grandes figuras da política europeia que não o eram - caso de Jacques Delors. E que não são menos respeitadas por isso nem a falta de licenciatura foi obstáculo a que exercessem bem os seus cargos.
O que realmente me preocupa nesta história é que o Primeiro Ministro permita que o seu Gabinete ou a sua agência de comunicação difundam sobre ele informações pessoais cuja comprovação levanta este tipo de dúvidas.

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domingo, março 18, 2007

Técnico versus político

Delicioso no mínimo foi o debate do último Expresso da Meia Noite. O ministro Mário Lino (o tal para quem a Ota é uma questão pessoal...) rodeado por um adversário político (Azevedo Soares, do PSD), um técnico especialista em estruturas (Luís Leite Pinto) e um piloto. O grande debate foi o confronto das questões técnicas com as políticas. A argumentação técnica de Luís Leite Pinto foi simplesmente arrasadora e faz pensar que algo de muito estranho realmente move o governo nesta sua, no mínimo, Otá...ria solução política

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O grande líder

Luís Afonso e o seu Bartoon é paragem obrigatória na leitura diária do Público. Hoje, além do Bartoon fomos também presenteados com o Preto, branco... e também cinzento. A "pedra da calçada da Covilhã que o querido grande líder pontapeou quando tinha 12 anos" é bem uma pedrada no grande charco em que a condução política se transformou neste país nos últimos tempos...

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