Conduzir em Itália

Acabo de chegar de uns dias de férias/trabalho em plena Sicília e de uma experiência de condução de praticamente um milhar de quilómetros no tráfego siciliano. Digo-vos que é uma experiência inesquecível ! Dentro das cidades os carros estacionam por todo o lado e surgem de onde menos se espera. Fez-me lembrar a minha primeira visita a Milão, há uns bons anos atrás, e em que no percurso do velho aeroporto de Linate para a cidade o táxi passou inexoravelmente por todos os sinais vermelhos... Perante a Itália, a condução em Portugal é um paraíso !

Pôr do Sol em Siracusa

Deixem-me então partilhar este magnífico pôr do Sol siracusiano (2.ª feira, 23.10.2006) .

O Governo que temos

Pequena amostra em menos de uma semana:

• Um Ministro decreta o fim da crise;
• Um Secretário de Estado diz que a culpa do aumento da electricidade é dos consumidores;
• Outro Ministro anuncia portagens em três SCUTs e afirma que o Governo vai cumprir as suas promessas eleitorais (que por acaso até eram manter as SCUTs sem portagens)

Será que vivo num mundo irreal ?

A imprevisibilidade da meteorologia...

Aqui há uns meses atrás, precisamente no fim de semana de 29 de Janeiro, estava com a família em Bruxelas, numa tarde linda de inverno cheia de Sol, a apreciar os exemplos de Arte Nova da cidade, quando de repente toca o telefone. Alguém, de Lisboa, informa-nos que aqui nevava, fenómeno que me recordo ter acontecido pela última vez andava eu na escola primária... Lamentei não estar cá para ver algo que parece acontecer apenas uma vez por geração, mas mais do que isso, vi Bruxelas ensolarada em Janeiro.

Desta vez, em pleno Outubro, saí de Lisboa com chuva e apanhando uma descarga torrencial a caminho do Aeroporto e cheguei a Bruxelas com Sol e com 20º. Durante toda a estadia o guarda-chuva e a gabardina ficaram guardados e só vieram a servir de novo à chegada a Lisboa no dia seguinte à noite...

Nota: Este post é uma "provocação" para quem se queixa do "cinzento de Bruxelas".

Aventuras aeroportuárias

Depois de uma experiência há duas semanas de 50 minutos numa bicha muito ordenada em pleno Aeroporto da Portela (daquelas por entre fitas de muitas cores que nos fazem andar para trás e para diante), na hora de ponta das 8 da manhã, para fazer um check in, ontem 2.ª feira resolvi usar os serviços do check in para passageiros só com bagagem de mão. Cheguei e ninguém à espera. Serviço pronto e rápido. Passando à segunda bicha, agora a da segurança, tudo também correu bem e eis-me a caminhar para a porta 13 para apanhar o TP 604 para Bruxelas. E, apesar de serem ainda 7.10 e o avião ser às 7.45, o embarque já estava a fazer-se. Bom sinal, vou chegar cedo a Bruxelas, pensei.

Desci as escadas por entre alguns baldes amarelos que recolhiam a água da chuva que caía (para quem não saiba o Aeroporto da Portela mete água e possivelmente já não vale a pena mandar arranjar porque a Ota está aí mesmo à vista ...) e quando me apresso a entrar no autocarro (pois é, os voos para Bruxelas geralmente nunca dão direito a manga...) a menina de serviço informa-me que está cheio e que vem já aí um outro. Encontro alguém conhecido, conversa-se e entretanto o autocarro cheio permanece na porta e nem sombras do 2.º autocarro. Atrás de mim a fila vai engrossando e há pessoas pelas escadas acima por entre os baldes amarelos. Aí a menina informa que o catering se atrasou e que por isso o avião ainda não está pronto para que o 1.º autocarro - cheio desde há uns bons dez minutos - possa arrancar. E aí a pergunta óbvia e que ficou sem resposta: se o catering ainda não estava pronto porque é que começaram a embarcar os passageiros no autocarro e os sujeitam a estarem -a maioria - de pé, num autocarro com as portas abertas num dia de chuva ?

Finalmente algum tempo depois lá parte e ficamos à espera do 2.ºautocarro. Começo a imaginar que se calhar ainda nos vai calhar o mesmo que fez o 1.º transporte, mas finalmente após uma boa meia hora de espera aparece um (pasme-se !) autocarro da Carris daqueles que costumam fazer a linha AeroBus entre o Aeroporto e a Baixa. Aí passou-me pela cabeça que a alteração das linhas da Carris em Lisboa com a introdução da carreiras 700 se tivessem estendido às ligações entre o terminal do Aeroporto e os aviões na placa; talvez chamando a essas carreiras a série 7000 e passando a ser a carreira 7001 a dos aviões para Bruxelas, a carreira 7002 a carreira para Paris, etc.

Lá se encheu o autocarro e lá se fez a viagem até ao avião. E aí a última surpresa, mas esta de registar positivamente: como estava a chover toda gente teve direito a entrar pela porta da frente do avião cuja escada era coberta.

Moral da história: A Groundforce é uma empresa do universo TAP que tem adjudicada a assistência em terra de várias companhias entre elas a TAP. Há dias li algures que o desempenho da empresa a colocava num lugar de destaque entre as empresas que fazem este tipo de serviço...

Conclusão: Apesar de tudo isto o avião só partiu 30 minutos depois do horário.

Lógica jornalistica

Agradeço ao André, da Caixa de Costura, a lição de lógica que permite "desmascarar" como os nossos jornalistas, mesmo os considerados de elite, têm um claro défice de cultura geral. E não é necessário localizar a lógica apenas no domínio da matemática, pois ela - pelo menos nos meus tempos de liceu - aprendia-se também na filosofia e era parte substancial do "calhamaço do Bonifácio" por onde se estudava.
Ser jornalista - penso eu - não será apenas dominar as técnicas da profissão, mas sobretudo ter uma dose de bom senso e de cultura geral muito grande. Já não basta o espectáculo degradante dos "perguntadores" das nossas televisões que, de microfone em punho em trabalho de reportagem, fazem as perguntas mais disparatadas a quem lhes aparece à frente. São também os outros - os jornalistas de estúdio - que querem à viva força que o entrevistado diga o que eles querem. E não admitem outra resposta.
A este propósito é oportuno sublinhar o grande exemplo de profissionalismo, de equilibrio e de bom senso de um Mário Crespo.

Look AT me

Why do I feel so close?

When I can't get near it

I'm flooded with fear

and it don't disappear

But I'm still standing here

Public Displays of Affection

Morcheeba

Muros ...

O Presidente dos Estados Unidos, Georges W. Bush, já promulgou a lei que prevê a construção de um muro de mais de 1100 quilómetros e a instalação de outras infraestruturas electrónicas de vigilância ao longo da fronteira com o México.

O objectivo é prevenir a entrada dos milhares de imigrantes que procuram chegar clandestinamente à América.

Público, 06.10.2006, p. 23

Comentário:

1. Primeiro foi Berlim e o Muro que separou a RFA e a RDA durante anos.

2. Depois foi Israel e o seu muro para "localizar" os palestinianos.

3. Agora são os EUA ...

O mês que passou - Setembro...

" Setembro é um mês um pouco triste.(...)Eu gosto dessa leve melancolia,do céu ainda brilhante e limpo, mas onde a luz já principia a declinar. (...)Olhei-me ao espelho e percebi que também o meu corpo começa a declinar.(...)O que me aflige é a velhice, o corpo em revolta,não a morte. Acho a morte necessária, como o esquecimento.(...)O que revolta é que a matéria triunfe sobre o espírito. (...)Um corpo é algo um pouco mais sofisticado do que um vestido.Vestimo-lo para comunicar e interagir com a realidade. Quando se gasta devíamos poder substituí-lo."
In: Crónica:"Conversas com o espelho", de Faíza Hayat , "Xis",de 16 de Setembro.
Para mim há apenas um ponto que difere: Eu acredito que o espírito triunfa sempre sobre a matéria. Assim acredito que atravessarei o Outono e quem sabe o Inverno na certeza de outra Primavera e de outro Verão!

(mais) um livro a não perder

O Outro Pé da Sereia

Do fabuloso e charmosíssimo Mia Couto

já para não falar nisto



e nisto....

Habitar os discos

há discos assim. em que de vez em quando pegamos. e depois não saiem da aparelhagem. nem do ipod. discos que, quando os vamos buscar já não nos lembramos bem porquê mas que, quando os ouvimos, esquecemos porque alguma vez os tirámos de lá. este é, definitivamente, um deles. um dos que se entranha. que vive connosco. ou nós com ele. que respira sob a nossa pele. corre com o nosso sangue, e bate com o nosso coração.

agradeço a F. a descoberta e a partilha

It's where I'm from that lets them think I'm a whore

I'm an educated virgin

Sleepwalker

The Wallflowers

A honestidade e a autoexigência

É usual dizer-se que o exemplo vem de cima. E se de cima não chegarem os melhores exemplos - de seriedade, de integridade, de respeito pelas leis - é fácil os cidadãos deixarem de ter estímulos ou incentivos para pautarem a sua vida pessoal e profissional por padrões éticos de honestidade e de autoexigência.

Aníbal Cavaco Silva, Discurso nos 96 anos da Proclamação da República

Vale a pena o discurso do Presidente da República, nas cerimónias do 5 de Outubro. Ideias simples e básicas que todos sabemos, mas que ditas pelo Presidente da República têm outra força. Porque as temos visto esquecidas por aí !

A nova censura: o social, religioso ou politicamente correcto

Da Única de hoje, 7 de Outubro:
Daniel Craig, o novo James Bond, está impedido de fumar no próximo filme da saga 007. O actor está furioso e não entende por que serão cortadas todas as cenas em que Bond aparece com um cigarro. Os responsáveis pelo filme alegam não querer associar o fumo a uma imagem de estilo, mas Craig reclama: "Posso rebentar com a cabeça de alguém, mas não posso acender um bom charuto cubano?"

Comentários:
1. E assim os bons costumes e o politicamente correcto vão alterar as personagens tal como foram criadas ou imaginadas pelos seus autores. Ainda falamos das fotografias em que eram apagadas imagens de pessoas "inconvenientes"na URSS, para que a História pudesse ser a desejada.
2. Presumo que a seguir, a terem continuidade as campanhas que estão a emergir sobre bebidas alcoólicas, desaparecerão também as imagens de Bond bebendo o seu Martini, ou escolhendo o seu vinho de eleição. E já agora, em todos os filmes, em todas as imagens de restaurantes e de jantares, desaparecerão as garrafas de vinho. Só água !
3. E já agora: Porque não proibir todos os filmes em que o consumo de droga seja patente, ou em que o tráfico não seja explicitamente condenado ?

Declaração de interesses:
1. Os livros do James Bond acompanharam-me nos tempos em que eu era mais novo.
2. Não sou fumador.

Até quando?

São extensões de "pedras", umas mais pequenas que as outras,mas não deixam de ser pedras (de qualidade específica, dizem!). E estão ora enterradas e assentes, ora a saltar, juntas ou com espaços; aos altos e baixos, com áreas de lombas ou cavidades profundas; algumas zonas há em que, sabe-se lá a razão, saltaram, desapareceram, estão amontoadas ao lado... e ainda não foram repostas; e outras há que foram arrumadas (mas talvez por um arrumador menos paciente ou com menos arte)e coitadas ficam com formas e espaços que transtornam qualquer visão; e há ervas (não sei se daninhas?)que também crescem em alguns intervalos entre elas; e, depois ainda, parecem uma pista de gelo quando chove...
São os nossos passeios de Lisboa! A "bela calçada portuguesa???", que neste estado já nada tem de belo, mas sim de terror, um terror constante de darmos um grande trambolhão que nos pode deixar sabe Deus como! E assim temos de caminhar pelos passeios pé ante pé, com mil cuidados!!!
Este post é também uma homenagem à minha mãe (portuense,e que já não está entre nós) a quem o dedico, porque sempre que me visitava e íamos passear a pé não gostava mesmo nada de pisar tais paseios tão incómodos! Tinhas toda a razão minha mãe.

No cinema

Pergunto-me por que razão as pessoas no cinema acham que o genérico inicial não faz parte do filme e falam. Pergunto-me por que razão as pessoas acham que enquanto os personagens não começam a falar elas são livres de o fazer. Pergunto-me por que razão no intervalo dos diálogos elas dialogam com a pessoa com quem fora. Acima de tudo pergunto-me por que razão, se querem falar com o amigo/a ou o que quer que seja, se metem na sala de cinema!!!!!

I'll be your plastic toy

I'll be your plastic toy

For you

Just Like Honey

The Jesus and Mary Chain

verbalizar é desmaterializar

"She pushed down into it like a diver, struggling against buoyancy, fighting her way into the depths. Where the water clouded with mud, where the light could not reach, where the sound died and beyond the body there was nothing: that was where she wanted to be. At times she found this dead space and rested within it."

Monica Ali

Brick Lane

Diz-me: Pode algo que tenha a ver comigo acabar sem que eu lá esteja?

Always ask for directions

"Then it hits you - the thing you have been waiting for has already gone by. And it was going in the other direction. It's like I've been waiting on the wrong side of the road for a bus that was already full."

Monica Ali

Brick Lane