Clima

Hoje foi dia de Verão em Paris. A temperatura entre os 25º e os 30º e um Sol radioso. Quando saí de Lisboa, de manhã, a pista começava a dar sinais de estar molhada. Durante o dia as notícias de chuva em Lisboa foram chegando. Amigos espanhóis entretanto chegados foram dizendo que chovia copiosamente em Madrid e que havia inundações em vários pontos de Espanha.

Depois disto continua a haver gente que diz que as alterações climáticas são uma treta...

Nota: Já agora espero que o bom tempo se mantenha por aqui, pelo menos até domingo.

Pintadinho ou Tournesol ?

No último fim-de-semana, ao ler no suplemento "Actual" do Expresso as comemorações do centenário do nascimento do Hergé (para quem não sabe, o autor do TinTim), voltei umas décadas atrás à descoberta da banda desenhada que fiz nos anos 50 (teria sido em 1952 ?) nas páginas do Cavaleiro Andante, uma revista que todas as semanas nos dava em episódios várias histórias de heróis que nos faziam esperar continuação na semana seguinte. O "Templo do Sol" do TinTim foi uma das primeiras, a que se seguiram "Da Terra à Lua" e outras tantas.

Os jornais dão-nos agora conta da ligação entre Hergé e Adolfo Simões Muller que viria a ser o director do Cavaleiro Andante e que para esta revista herdou os direitos que detinha da anterior revista O Papagaio onde TinTim foi publicado pela primeira vez em Portugal.

Mas o mais curioso é que para mim, só muitos anos depois, quando conheci os álbuns do TinTim, a Milou deixou de ser a RomRom, o Capitão Haddock deixou de ser o Capitão Rosa e o Professor Tournesol deixou de ser o Professor Pintadinho. Porque todos os nomes de todos os personagens tinham uma versão portuguesa nesses tempos do Cavaleiro Andante.

O novo compromisso do funcionário público

O preto, branco ... e também cinzento que Luis Afonso nos oferece todos os domingos no Público informa-nos hoje quais os termos do novo compromisso do funcionário público:

Juro por minha honra cumprir com lealdade as funções que me são confiadas e sobretudo não contar anedotas sobre a licenciatura do primeiro-ministro, não fazer trocadilhos com a palavra "engenheiro", nem troçar da Universidade Independente.

Como pelo menos já um ministro invocou a sua licenciatura em engenharia pelo IST num discurso público e pelo menos uma remodelação ministerial já foi feita, fico a aguardar pela próxima.

Madaíl

Depois do buraco dos estádios do Euro (alguns dos quais parece terem sido construídos para 1 ou 2 jogos que já se fizeram) eis que Madail nos quer lançar noutra aventura: organizar o Mundial 2010 se a Africa do Sul falhar o seu compromisso.
Talvez fosse uma maneira de rentabilizar esses estádios e, quiçá, construir mais uns tantos que ainda há umas cidades que não têm! É mesmo disso que precisamos.

Solidariedade

Em dois dias seguidos o Público dá-nos duas notícias aparentemente diferentes mas que se podem relacionar.

No Público de ontem é dito que as recolhas do Banco Alimentar bateram todos os recordes o que significa, para a sua responsável, que as pessoas acreditam no projecto. Não tenho qualquer dúvida quanto a isso.

No Público de hoje é a notícia de capa de que o poder de compra em Portugal sofreu em 2006 a maior quebra dos últimos 22 anos, tendo os salários reais descido em média 0.9%.

Ligando as duas notícias há razão para este comentário: é nas alturas de crise que as pessoas estão mais despertas para ajudar. E isto é reconfortante e um sinal positivo, num momento em que os extremos na escala de riqueza se afastam, alargando o fosso entre os rendimentos das pessoas.

Ingenuidades

É o título de uma exposição que fechou ontem na Gulbenkian e que cujo subtítulo era "Fotografia e Engenharia 1846-2006". A ideia geral é o ciclo vital das engenharias - criação, destruição e reciclagem - visto e contado através dos quatro elementos: terra, água, fogo e ar.

A exposição abriu em Fevereiro, mas só na última semana tomei consciência de que existia e só no último dia a vi. Assim todo o meu desejo de interessar outros a visitá-la não terá repercussões. Mas fica o registo de que valeu a pena a visita !

Fim de semana eleitoral

Isto é um fim de semana em cheio em termos eleitorais: são as eleições regionais na Madeira, é a 2.ª volta das presidenciais francesas, é a 2.ª volta das presidenciais em Timor. E é a perspectiva das intercalares autarquicas em Lisboa. Bom fim de semana !

A telenovela das 8

Antes as telenovelas vinham depois dos telejornais. Depois passou a haver telenovelas antes e depois dos telejornais. Agora há também durante. Ontem o episódio foi a declaração de Marques Mendes; hoje foi a declaração de Carmona. O que nos reservará o episódio de amanhã às 20 h ?

Sobre o debate das presidenciais francesas

O debate de ontem para as eleições francesas, para quem não tem interesse directo no assunto pois não vota em França e ele não vai servir para fundamentar um voto, foi interessante de seguir por vários motivos:

1. Pela forma com que decorreu: Comparando com debates do mesmo tipo ocorridos em Portugal, os participantes deixaram-se mutuamente falar e não se insultaram, mesmo quando o tom do debate foi mais aceso e Segolene se irritou.

2. Pelo papel discreto dos jornalistas: Não inventaram perguntas altamente arrevezadas e profundamente intelectuais, mas apenas quase que introduziram os temas.

3. Pela presença dos relógios: Bastante preferível do que a solução que se tem visto em Portugal de: "Tem mais x minutos do que..." ou "está em défice de y minutos".

4. Pela duração: Duas horas e meia é um período de tempo bastante razoável para o debate. E o que é interessante é que no final a diferença entre os dois relógios me pareceu ser inferior a um minuto.

Eleições...

Já que vamos ter de votar para meio mandato do executivo autárquico de Lisboa, será demais (ou ingénuo...) pedir que nos apresentem listas com candidatos, não de "mais do mesmo", mas de políticos não profissionais e de currículo acima de toda a suspeita ?