Greve da carris: repentina solidariedade...
Hoje, em Lisboa, houve greve da carris das 8h às 12h. Eu sou uma "consumidora" de transportes públicos (não conduzo,melhor não sei conduzir - só em sonhos...). Em táxis só em situações limite, uma vez que não existe qualquer empatia entre mim e esses transportadores, que ainda por cima deixaram de ser verdes e pretos de que eu tanto gostava. Mas continuando. De um modo geral, o público dos autocarros e elétricos tem um comportamento bizarro. Atropela-se para entrar, discute pelos lugares, diz mal do Governo, desaba alto todas as suas queixas e raramente ajuda alguém. Mas acontece que neste dia de greve deparei-me com um ambiente completamente diferente..., parecia até uma excursão da paróquia! Pelas razões acima apontadas tratei de indagar sobre transportes alternativos, porque eu sou lá mulher de ficar retida por causa de uma greve!!! Difícil psicologia humana para explicar. Os condutores eram novos nas zonas, sem saberem bem a rota e observei no transporte em que seguia uma passageira (habitual com certeza naquele destino) a ensinar o caminho ao próprio condutor e este acolhendo a informação de bom grado! Depois, porque alternativos, algumas pessoas usavam para destinos conhecidos carreiras novas com outros trajectos. E lá estava essa mesma pessoa e muitas outras dando indicações,palpites onde a paragem melhor para sair, ou outro autocarro a apanhar, etc. Eu própria fui muito amavelmente socorrida (embora soubesse...) e amavelmente agradeci! E ninguém barafustava com a greve - inédito. E cá com os meus botões eu pensava e quase me apeteceu falar alto - hoje sim - " Porque não fazer de conta que é greve todos os dias para se criar o hábito do ambiente tão humano que a situação criou?" Vá -se lá tentar compreender a mente das pessoas! Não desanimemos.
2 Comments:
É o que se pode dizer: companheiros na desgraça, desavindos na graça lol ;-)
Beijos e bom fim-de-semana
MJM
Que texto interessante.
Dá que pensar. Somos, realmente, um povo estranho.
Ainda bem que o escreveste – fiquei a saber o que se passa – já que eu, nem sei bem porquê, nunca uso transportes públicos, em Lisboa. Já para longas distâncias, nunca uso o carro.
Beijinhos
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