sábado, março 18, 2006

Responsabilidade e exigência

"Quando usufruimos da nossa liberdade não nos podemos esquecer que lhe estão ligados deveres e obrigações que só sendo cumpridos garantem a sua continuação. O problema é que grande parte das vezes esta reciprocidade parece ser esquecida, (...) sendo a atenção dirigida para tão só um dos lados. (...)
De facto, conquistados os direitos parece que nos esquecemos do seu reverso, a responsabilidade de os garantir e a exigência de os fazer cumprir e durar. A responsabilidade nunca é nossa, as exigências são para os outros, o rigor não tem razão de ser, o desvio passou a ser normal - e ninguém vai dar por isso. Ou seja, o Estado que faça, os outros que façam, eu faço o que quero."

Transcrevo este texto porque O Independente não está na net. É da autoria de Francisco Mendes Palma (que recentemente iniciou uma coluna semanal naquele jornal) e foi publicado na edição de ontem (n.º 931 , 17.03.2005).

É uma óptima análise de muitos comportamentos que nos rodeiam e de uma sociedade em que o facilitismo, o comodismo e o deixa andar emergem a cada passo. E em que é sempre mais fácil exigir dos outros do que nos envolver pessoalmente.

Aconselho a leitura.