segunda-feira, março 26, 2007

Grandes Portugueses (11)

Votei em D. João II. Mas entre ele, o Infante ou Afonso Henriques não me escandalizaria que qualquer deles fosse o vencedor.
Não me espantou o resultado dadas as circunstâncias... Espantou-me, isso sim, a percentagem com que AOS ganhou. Que deve ser objecto de boa meditação por parte de quem nos governa, mesmo que se trate de votos de protesto como os classificou Rosado Fernandes.
E não deixa de ser curioso como no dia em que pela Europa se comemoravam os 50 anos do Tratado de Roma e a visão dos fundadores, em Portugal se tenha assim celebrado o homem do "orgulhosamente sós".

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domingo, março 25, 2007

50 anos do Tratado de Roma

A comunicação social tem ocupado largos espaços com as comemorações que hoje ocorreram (em Berlim e por todo o lado) dos 50 anos da assinatura do Tratado de Roma que institui a CEE, antecessora da UE em que hoje vivemos.
É pena que aqui em Portugal não se tenha aproveitado a data para um debate alargado e profundo sobre a Europa. A Europa precisa de ser ensinada. Os cidadãos sabem que há Europa porque existe Euro, porque não precisam de passaporte quando viajam, porque vagamente ouviram que "é Bruxelas que manda" ou porque de lá chegam um subsídios que é preciso aproveitar. E pouco mais. E era preciso ir-se muito mais além.
Mas mais do que o 25 de Março de 1957, geralmente esquece-se outra data importante na construção europeia: 0 9 de Maio de 1950 em que Robert Schumann ministro dos Negócios estrangeiros francês propôs à República Federal da Alemanha a criação de uma comunidade de interesses pacíficos. A Declaração Schumann é algo que vale a pena reler periodicamente: lá se lembra que "a paz mundial não poderá ser salvaguardada sem esforços criativos à altura dos perigos que a ameaçam", que é indispensável "o contributo que uma Europa viva e organizada pode dar à civilização" e que "a Europa não se fará de uma só vez, nem numa construção de conjunto: far-se-á por meio de realizações concretas que criem primeiro uma solidariedade de facto".
Sou dos que acredita na Europa e que acha que esta é uma ideia por que vale a pena lutar e continuar a construir.

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sábado, março 24, 2007

Registo (1)

"O golfe está para Portugal, assim como a neve está para a Suiça"
(Ministro Manuel Pinho
na inauguração do primeiro de seis campos de golfe que o concelho de Grandola vai ter)

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sexta-feira, março 23, 2007

A invasão chinesa

As lojas chinesas existem por todo o Portugal. Não há cidade, vila ou aldeia que não tenha uma. E nas grandes cidades posicionam-se umas junto das outras, reproduzindo-se a uma velocidade estonteante.
Agora parece estar em curso uma outra vertente desta invasão, bastante mais sofisticada e menos visível. Uma newsletter de assuntos de logística que recebo por razões profissionais, entre as cinco notícias ontem publicadas referia as seguintes duas:
- Os chineses são instalar um centro de distribuição em Lisboa de materiais de construção chineses que visa fazer de Portugal uma plataforma de distribuição a partir da qual aqueles produtos poderão entrar mais facilmente nos mercados europeus e africanos;
- A China Shipping Container Lines vai assinar um contrato com a Administração do Porto de Sines para aqui iniciar actividades, culminando um protocolo sobre transporte maritimo que vai ser assinado entre os dois países em Abril próximo.
Isto significa que a invasão chinesa não pára: depois dos peões de infantaria representados pelas lojas que encontramos a cada canto, vamos agora ter a invasão de "tropas" mais especializadas. Sendo voz corrente ser aquele país uma origem privilegiada de produtos de contrafacção, em que as regras mínimas de propriedade industrial não são respeitadas, só espero que os materiais de construção que aqui vão chegar sejam devidamente fiscalizados para ver se cumprem os requisitos das normas técnicas em vigor em Portugal ou na Europa.

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quinta-feira, março 22, 2007

Doutores e engenheiros...

A excessiva importância que neste país se dá aos títulos académicos é bem característica da maneira de estar portuguesa. Todos somos doutores ou engenheiros e se alguém não o é, vamos mas é tratá-lo por doutor que doutra forma não é gente. Entretanto Bolonha vai dar-nos licenciados com três anos e as habilitações mínimas para o mercado de trabalho passarão a ser o 12.º. E o número de Dr.s (nesta acepção, claro, porque doutores de doutoramento, por extenso, vai havendo apenas alguns que na prática do tratamento nada se distinguem dos outros) vai aumentando e generalizando-se. É a democratização do tratamento.
O meu curso de engenharia é do tempo em que o currículo se estendia por SEIS (!) anos lectivos. Continuo a ser licenciado em engenharia (e, já agora, também "engenheiro" porque estou inscrito na Ordem e o meu curso é automaticamente reconhecido para tal). Não me envergonho da preparação que o meu curso me deu, mesmo quando a comparo com os currículos actuais dos Mestres (dois anos para além da licenciatura de três). Mas lá por isso não me intitulo Mestre, nem quero que me tratem como tal.
A história que o Público hoje investiga (as reais habilitações do Primeiro Ministro) já a conhecia de blogues e mails que circulavam na net. Não me preocupa nada que o país tenha um Primeiro Ministro sem licenciatura: para ser político e para fazer política não é necessária licenciatura e bons ministros e secretários de Estado já houve que não tinham esse grau académico. Ou até, como faz a Nota da Direcção Editorial do Público, é bom lembrar grandes figuras da política europeia que não o eram - caso de Jacques Delors. E que não são menos respeitadas por isso nem a falta de licenciatura foi obstáculo a que exercessem bem os seus cargos.
O que realmente me preocupa nesta história é que o Primeiro Ministro permita que o seu Gabinete ou a sua agência de comunicação difundam sobre ele informações pessoais cuja comprovação levanta este tipo de dúvidas.

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1972 - 22 de Março

No Estádio da Luz o Benfica ganha ao Feyenoord por 5-1 depois de ter perdido o primeiro jogo por 0-1 duas semanas antes, sendo apurado para as meias finais da então Taça dos Campeões Europeus.
No sul da então Guiné Portuguesa, num "buraco" chamado Aldeia Formosa e que a população local conhecia (e conhece) por Quebo o poste que suporta a antena de comunicações cai e esta avaria.
Conclusão: só 5 dias depois - em 27 de Março, uma 2.ª feira que era dia de "Santo Avião" - chega correio e nele, em simultâneo, um telegrama a anunciar o nascimento e uma carta com uma foto polaroid do recém-nascido FM.
Assim era o mundo antes da globalização...
E parabéns ao FM que atingiu a idade de se poder candidatar a Presidente da República.

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terça-feira, março 20, 2007

Grandes Portugueses (10) - Vasco da Gama

É um dos grandes portugueses. Disso não tenho dúvidas. A ligação marítima Europa - África - Ásia teria sido o eclodir do "sentido da globalidade". Como 28 anos comanda uma centena e meia de homens distribuídos em 4 naus e afronta um desconhecido numa viagem que dura 11 meses só na ida. Portugal deve-lhe muito do que é - e daquilo que já foi. Ele foi um excelente executor e concretizador da Visão de um Homem - D.João II - que assim rentabilizou a expansão sonhada pelo Infante.

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domingo, março 18, 2007

Técnico versus político

Delicioso no mínimo foi o debate do último Expresso da Meia Noite. O ministro Mário Lino (o tal para quem a Ota é uma questão pessoal...) rodeado por um adversário político (Azevedo Soares, do PSD), um técnico especialista em estruturas (Luís Leite Pinto) e um piloto. O grande debate foi o confronto das questões técnicas com as políticas. A argumentação técnica de Luís Leite Pinto foi simplesmente arrasadora e faz pensar que algo de muito estranho realmente move o governo nesta sua, no mínimo, Otá...ria solução política

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O grande líder

Luís Afonso e o seu Bartoon é paragem obrigatória na leitura diária do Público. Hoje, além do Bartoon fomos também presenteados com o Preto, branco... e também cinzento. A "pedra da calçada da Covilhã que o querido grande líder pontapeou quando tinha 12 anos" é bem uma pedrada no grande charco em que a condução política se transformou neste país nos últimos tempos...

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Grandes Portugueses (9) - Marquês de Pombal

A abordagem à figura do Marquês de Pombal pareceu-me excessivamente branqueadora da imagem que a história nos foi transmitindo. Não ponho em causa o seu papel como reconstrutor da cidade de Lisboa - e sobretudo a sua visão de longo prazo - e penso ter sido também interessante a exploração da sua faceta de diplomata conhecedor da política europeia de então. Quanto a Rosado Fernandes é muito melhor comunicador em directo e de improviso do que reduzido a leitor de um teleponto.

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sexta-feira, março 02, 2007

Grandes Portugueses (8) - Luís de Camões

A grande novidade do programa sobre Luís de Camões foi o respectivo enquadramento histórico. A imagem que o Prof. Helder Macedo transmitiu sobre a Lisboa do século XVI onde viveu o Poeta é uma novidade para quem estava habituado a leituras mais tradicionais e conservadoras da vida de Camões, sempre apresentado à minha geração como o símbolo da Pátria.
Mas o que é curioso é que, no fundo, isso não significa uma diminuição do valor da sua imagem: o feito dele é ser, no fundo, um português "típico", rufião e quezilento, amigo dos copos e da "boa vida" e daqui ter saído uma obra ímpar.

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