sábado, outubro 29, 2005

Para o próximo Mundial na Alemanha

Empolgado com a candidatura do Dr. Mário Soares à Presidência da República, Eusébio acaba de anunciar o seu regresso à Selecção Nacional !

(recebida por e-mail)

sexta-feira, outubro 28, 2005

Fuga de cérebros

Queixamo-nos das nossas exportações, mas estamos provavelmente a "exportar" algo mais valioso do que qualquer bem ou serviço com elevado valor acrescentado. Um estudo do Banco Mundial coloca-nos - a Portugal - no 21.º lugar do ranking dos países onde as taxas de emigração de trabalhadores qualificados são mais elevadas. Ou seja 19.5% dos nossos trabalhadores qualificados (entendidos como aqueles que obtiveram uma educação terciária) vivem no estrangeiro.
Ou seja por um lado lamentamos a falta de quadros, mas por outro não damos condições para aqueles que formamos aqui aplicarem os seus conhecimentos e ... exportamo-los.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Educação e formação versus competitividade

Menos de uma semana depois do Dia da Competitividade da Unice a que aqui já me referi, aconteceu hoje em Lisboa a apresentação do Relatório da Competitividade 2005 relativamente a Portugal. É uma bateria de mais de 40 indicadores relativos a áreas tão diversas como os custos laborais, preços, fiscalidade, educação e formação, sociedade da informação, ambiente e energia, investimento, I&D e inovação, PIB, emprego, desemprego, produtividade, grau de abertura da economia e que permitem anualmente fazer o benchmarking da posição portuguesa relativamente a outros países europeus ... e não só.
Nos indicadores relativos a educação e formação alguns são gritantemente arrasadores para Portugal. É o caso da "população que obteve pelo menos o ensino secundário por escalões etários", importante porque significa a percentagem de população que detém competências para o mercado do trabalho, em que estamos claramente no fim da escala, com percentagens entre 10 e 35% por escalões etários decenais, contra 55 a 90% na Finlândia, 50 a 80% em França ou 30 a 70% na Grécia e percentagens também muitos elevadas nos países do alargamento. Temos a mesma posição relativa no "abandono escolar precoce" em que registamos desde há vários anos a mais elevada taxa de abandono escolar precoce (39,4% no geral mas 47,9% nos rapazes e 30,6% nas raparigas) e que na UE 25 apenas é ultrapassada por Malta. E no que respeita à percentagem de estudantes que frequentam o ensino superior em relação à população entre os 20 e os 29 anos, embora tenhamos valores da ordem dos 25% semelhante ao registado em muitos países da UE 15 mas inferior a muitos dos países do alargamento.
Um país para se renovar, para se afirmar, para ser "alguém" no mundo globalizado e consequentemente competitivo, tem que se basear nos seus recursos humanos. Passámos por décadas em que o ensino se fundou em facilitismo e até passagens administrativas. Não temos uma cultura de exigência, de rigor, de apetência pelo saber. Mudar esta situação tem que ser forçosamente um desígnio nacional, assumido por todos os partidos e a que todas as políticas devem atender, mas também por cada um nós.

(In)Utilidades # 1

Characteristics of Living Things

Movement. Respiration. Sensitivity. Growth. Reproduction. Excretion. Nutrition. [useful acronym: MRS GREN]

in The Bible a.k.a. Schott's Original Miscellany

terça-feira, outubro 25, 2005

À procura do Endovélico

O comentário que a Laura Lara fez ao meu post anterior sobre o João Aguiar recordou-me uma história acontecida no passado 15 de Agosto. No regresso a Lisboa de um fim de semana passado em Vila Viçosa, a família resolveu acreditar no recém publicado e actualizado Guia de Portugal do Expresso, em cujo n.º3 dedicado ao Alto Alentejo se lê: S. Miguel da Mota - Dedicado à divindade pré-latina do mesmo nome, as ruínas do Santuário do Endovélico, único em Portugal, situam-se no topo do cabeço de S. Miguel da Mota, 5 km a norte de Terena, com acesso pela EN 373 que liga Alandroal a Redondo.
Entusiasmados com a hipótese de conhecer um dos locais citados por João Aguiar em A Voz dos Deuses lá fizemos a EN 373 umas quantas vezes procurando qualquer indicação que nos levasse ao Endovélico. Nada. No meio do sol alentejano ao meio dia, à entrada do Alandroal alguém nos disse que seria um desvio ao pé de uma nora velha e que depois era sempre em frente ... Que realmente tinha havido lá uma seta, mas que tinha caído ... E que o santuário se via muito bem porque era um cabeço com um monte de pedras...
Lá tentámos encontrar a nora velha (o que não foi fácil pois havia duas...) e lá metemos por um caminho. O problema é que o "sempre em frente" não era claro porque bifurcações havia muitas. E prudentemente algumas centenas de metros depois, inverteu-se a marcha e regressou-se à EN 373. Talvez tenhamos estado perto do Endovélico, mas ficámos a saber que o facto de algo ser citado no Guia de Portugal do Expresso não significa uma clara indicação de percurso, nem garante a acessibilidade ...

segunda-feira, outubro 24, 2005

Super Mário

Visitei o SuperMário que se intitula como blog não oficial de apoio à candidatura de Mário Soares à Presidência da República. Fiquei completamente esclarecido: mais de 90% dos posts falam directa ou indirectamente em ... Cavaco.

sábado, outubro 22, 2005

Verdades desconfortáveis

Assisti há dois dias no hemiciclo do Parlamento Europeu em Bruxelas à conferência integrada no 3.º Dia da Competitividade organizada pela UNICE e este ano subordinado ao tema Crossing Frontiers. Neste semestre de presidência inglesa, uma das alocuções de abertura coube a Barry Gardiner, Subsecretário de Estado da Indústria e da Competitividade do governo inglês que se referiu a "algumas verdades desconfortáveis que os políticos têm que dizer ao seu eleitorado". Aqui ficam algumas delas:
  • mais protecção social hoje, significa desemprego amanhã;
  • a abertura dos mercados europeus não é apenas uma questão de justiça para o 3.º mundo: é essencial para o nosso próprio crescimento económico;
  • não beneficiaremos em ter a melhor investigação científica do mundo se não a aplicarmos em produtos que as pessoas queiram comprar;
  • tão importante como o défice democrático de que tanto se fala, é o nosso défice demográfico: ou gerimos o aumento positivo da população imigrante ou cresceremos a envelhecer e a empobrecer.
E agora ? Estamos conscientes ?

Recordando uma certa Função Pública...

Para quem se orgulha de ter feito grande parte da sua carreira profissional numa certa Função Pública que já não existe e tem assistido nos últimos anos ao lento estertor a que sucessivos Governos a condenaram, faz bem ler o post de José Adelino Maltez intitulado "Corrupção, concorrência e tudo como dantes" no blog Sobre o Tempo que Passa. E ficamos à espera das outras histórias que JAM promete contar...

João Aguiar

Habituei-me de há alguns anos - desde que publicou "A Voz dos Deuses" - a ler os livros que João Aguiar vai publicando. E comprar todos os anos o novo título passou a ser uma rotina e preocupação assumida por todos os da família. Porque João Aguiar faz o pleno no gosto de todos os cá de casa. Por isso foi com muita satisfação e alegria que li na Visão (n.º 658) e no Jornal Digital que ele tinha sido contemplado om o Prémio Literário 2004 - Casa da Imprensa, pelo conjunto da sua obra no ano em que comemora 20 anos de carreira. Parabéns João Aguiar e vamos continuar a aguardar a nova obra todos os anos.

quinta-feira, outubro 20, 2005

Libertação

"Sim, isto é um lugar, isto é uma noite, mas há outros lugares e outros tempos.
Há uma libertação, algures, num tempo que não sei, mas que existe."

H.H.

quarta-feira, outubro 19, 2005

Destemida

" - Aonde vais na noite escura?
- Ao encontro daquele por quem o meu coração anseia.
- E sendo formosa e jovem e insegura não tens medo de ir sozinha?
- Sozinha? Não. Armado de arco e flechas o amor faz-me companhia."

Amaru
"O Vinho e as Rosas"

Statement

"(...) if we are going to stand in darkness, best we stand in a darkness we had made ourselves (...)"

Douglas Coupland in Shampoo Planet

Rejoice

A conferência de Pedro Mexia ontem no CNC contou com a presença de bem mais do que uma pessoa. A que chamas isso Pedro? Um sucesso estrondoso? Fiquei feliz pela dificuldade em que tive em arranjar lugar. Que se repita muitas vezes, mas sem pessoas a atender o telemóvel! :)

terça-feira, outubro 18, 2005

Haverá acaso?

Ou nós" provocamos" o acaso? A história que vou contar é bem simples (e não faltarão aqueles seres objectivos, racionais, muito executivos, que dirão: apenas pura coincidência, foi mesmo uma sorte!). Mas para mim significou muito mais. Acontece que preciso de adquirir um colchão (para uma cama claro!). Eu sabia que havia uma loja molaflex no bairro em que vivo - Campo de Ourique - mas com tantas mudanças perdi-lhe o rasto. Alguém me sugeriu o El Corte Inglès e assim pus de parte a ideia de procurar a dita loja. Hoje, depois de sair de um transporte público (no bairro) para me dirigir a um local específico, fui ziguezegueando pelas trans versais deste "quadrado bairro" sem nenhuma escolha premeditada a não ser aquela que me pareceu mais curta. E agora vem o âmago da questão - os meus olhos, sem aviso, deparam com as letras de uma montra. vejam lá, de colchões - MOLAFLEX. Parei, não, travei de imediato pois eu até queria mesmo qualquer coisa dali! Mas foi lenta a percepção da informação - talvez o meu registo já estivesse no El Corte Inglès! Lá entrei, fui até ao fundo da loja onde se encontrava o serviço de atendimento e deparei-me com uma simpática rapariga, que de imediato se pôs de pé e me diz olá, está boa D. ... e Sr. ... e os filhos e num ápice, num momento de emoção, eu revi a infância e a adolescência dos meus filhos e a daquela "miúda crescida" e dos seus irmãos e primos e mãe e tias - vivemos no mesmo prédio durante nuitos anos, onde assisti às suas brincadeiras no quintal. E ali fiquei a comprar um colchão à Ana, a dar-lhe as respectivas indicações e ela , bem profissional (mas sem nunca mais se ter sentado, deve-lho ter ditado o respeito das "diferenças" , isto é, a idade e a razão do encontro), embora com ternura e lá me falou da vida, do casamento, do filho Tomás! Despedi-me e vou voltar para ultimar o "negócio". Quando saí da loja e continuei o meu percurso, além do cruzamento das ruas muitos sentimentos se cruzaram dentro de mim. Se foi puro acaso, não sei, eu agradeci a Deus aquele momento.

Dispersos (em construção)

Rádio Marginal

Café

Cacém - Lisboa/Rossio
Inteiro
Início de Viagem até 20:20h
1,15 EUR

Assírio & Alvim

Estórias

Cacém - Lisboa/Rossio
Inteiro
Início de Viagem até 21:45h
1,15 EUR

Frank Sinatra & Bobby Darin

Páteo 13 - Alfama
Especialidade: SÓ GRELHADOS

Bar A Barraca

King
De Tanto Bater o Meu Coração Parou
15/09
22:00h
5 Euros
Sala 1, Fila H, Lugar 7

Uma Ceia de Amor

Cacém - Lisboa/Rossio
Inteiro
Início de Viagem até 20:31h
1,15 EUR

Cacém - Benfica
Inteiro
Início de Viagem até 22:04h
1,00 EUR

A Religião do Girassol

José Sousa Braga

Breves Imagens

Para a mãe


Esperas

Ver vezes sem conta à espera que o final seja diferente e, ao mesmo tempo, esperando que não o seja. E isso ser reconfortante, para o poder ver de novo, com as mesmas esperanças.

LUZ

Lisboa


LISBOA QUE AMANHECE

Cansados vão os corpos para casa
dos ritmos imitados de outra dança
a noite finge ser
ainda uma criança
de olhos na lua
com a sua
cegueira da razão e do desejo

A noite é cega e as sombras de Lisboa
são da cidade branca a escura face
Lisboa é mãe solteira
amou como se fosse
a mais indefesa
princesa
que as trevas algum dia coroaram

Não sei se dura sempre esse teu beijo
ou apenas o que resta desta noite
o vento enfim parou
já mal o vejo
por sobre o Tejo
e já tudo pode ser tudo aquilo que parece
na Lisboa que amanhece

O Tejo que reflecte o dia à solta
à noite é prisioneiro dos olhares
ao cais dos miradouros
vão chegando dos bares
os navegantes
amantes
das teias que o amor e o fumo tecem

E o Necas que julgou que era cantora
que as dádivas da noite são eternas
mal chega a madrugada
tem que rapar as pernas
para que o dia não traia
Dietrichs que não foram nem Marlenes

Não sei se dura sempre esse teu beijo
ou apenas o que resta desta noite
o vento enfim parou
já mal o vejo
por sobre o Tejo
e já tudo pode ser tudo aquilo que parece
na Lisboa que amanhece

Em sonhos, é sabido, não se morre
aliás essa é a única vantagem
de, após o vão trabalho
o povo ir de viagem
ao sono fundo
fecundo
em glórias e terrores e venturas

E ai de quem acorda estremunhado
espreitando pela fresta a ver se é dia
a esse as ansiedades
ditam sentenças friamente ao ouvido
ruído
que a noite, a seu costume, transfigura

Não sei se dura sempre esse teu beijo
ou apenas o que resta desta noite
o vento enfim parou
já mal o vejo
por sobre o Tejo
e já tudo pode ser tudo aquilo que parece
na Lisboa que amanhece

Sérgio Godinho

(Foto de Hugo Carvalho)

Blow Up

"Tenho fotografias que provam
que nunca exististe."

Pedro Mexia

Hoje no CNC às 18:45h

segunda-feira, outubro 17, 2005

Girassol



"Para que lado se há-de virar o girassol quando cercado por milhares de sóis?"
Provérbio Zen

domingo, outubro 16, 2005

A razão...

Eis-me, num impulso,decidida a entrar neste "tão virtual" processo de comunicação. Impulso, sim, pois tenho por natureza resistência à comunicação que não seja "frente a frente" c0m a pessoa a quem se destina. Mas de repente, por convite de pessoas muito próximas para ler alguns textos e comentários, me senti atraída, quase como se um íman fosse, a entrar nesta tão estimulante aventura. Deixar "pedaços" dos meus interesses, reflexões, por vezes até angústias ou dúvidas! É assim que aqui estou, num momento da minha vida em que me encontro naquela encruzilhada, sim encruzilhada, onde o espaço tão ansiado de poder fazer tudo, ou quase tudo, no tempo todo... se apresenta como um perigo de resvalar por caminhos que foram já percorridos e outros que já não se podem percorrer, correndo o risco de perder a capacidade de agarrar na esperança tudo o que no presente nos rodeia e podemos transformar.

sexta-feira, outubro 14, 2005

A construção europeia

Os interessados nesta matéria não deixem de ler o texto de José Adelino Maltez no "Sobre o Tempo que Passa". É longo, mas vale a pena.

quinta-feira, outubro 13, 2005

Tribunais, justiça e juízes ...

Três histórias recentes da nossa Justiça para ler, meditar e ... continuar a confiar ?

Supremo Tribunal anula condenação de arguido que se suicidou: sentenciado a 10 anos de prisão por homicídio, recorreu da decisão, cansou-se de esperar pelo resultado do recurso e matou-se (Público, 12.10.2005.p.22).

A "inceleridade" processual: Ler a descrição feita no site Direito em Debate de como estão a funcionar os novos Juízos de Execução criados para tornar mais célere a cobrança de dívidas.

O melhor de dois mundos: Ler este delicioso post de VM no Causa Nossa.

quarta-feira, outubro 12, 2005

Obrigada pela canção, Zeca :) e seu show é de bola...


fiz esta canção
(zeca baleiro e mathilda kóvak)
pra que que eu vou cantar
se você não vai escutar
a voz do coração
deste compositor popular
não não não vou chorar
se bem que eu tinha razão
mas isso não é bossa nova
nem samba-canção
só quero que você
seja minha ouvinte
mas você não me dá ouvidos
então é o seguinte
fiz essa canção só pra você
mas pra quê?
se você gosta só de mpb
e eu sou puro
puro rock'n'roll
com meus três pobres acordes
meu bem acorde
venha ver meu show

Entrega

A casa onde às vezes regresso é tão distante
da que deixei pela manhã
no mundo
a água tomou o lugar de tudo
reúno baldes, estes vasos guardados
mas chove sem parar há muitos anos

Durmo no mar, durmo ao lado do meu pai
uma viagem se deu
entre as mãos e o furor
uma viagem se deu: a noite abate-se fechada
sobre o corpo

Tivesse ainda tempo e entregava-te
o coração

José Tolentino Mendonça
A Que Distância Deixaste o Coração

Para M.

Bons amigos, boas conversas e vinho tinto. De que mais precisamos nós?

Ler nas Entrelinhas



Fly Me to the Moon
(Bart Howard)

Fly me to the moon
And let me play among the stars
Let me see what spring is like
On Jupiter and Mars
In other words hold my hand
In other words darling kiss me

Fill my life with song
And let me sing forevermore
You are all I hope for
All I worship and adore
In other words please be true
In other words I love you

Ironia

A ironia divina do post anterior não foi pretendida. Mas se aconteceu...

Boas Notícias

Em Lisboa: Young Gods a 6 de Novembro & dEUS a 4 e 5 de Dezembro.

Obrigatório

O Estado Civil de Pedro Mexia

terça-feira, outubro 11, 2005

As vitórias e a luta por valores

Vale a pena ler o post com este título de MMLM no Causa Nossa.

O país das corporações

A herança do regime corporativo em Portugal continua. No sábado via na televisão reportagem em loja de produtos naturais situada em Telheiras que tinha sido a primeira a ser licenciada pelo Infarmed para poder vender medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM). Para tal tinha usufruído da vantagem de já dispôr nos seus quadros de uma farmacêutica e de ter os espaços de armazenagem apropriados que a legislação impõe. Mas apesar de tudo isso (e da autorização já dada) não consegue vender esses medicamentos porque os distribuidores existentes não lhos disponibilizam. Confirmo hoje nos jornais que já estão autorizados 7 locais de venda de MNSRM mas queixando-se de dificuldades em encontrar fornecedores que lhes vendam aqueles fármacos. A Fecofar, federação de cooperativas de distribuição que detém 40% do mercado explica que estatutariamente apenas podem vender medicamentos aos associados que são exclusivamente farmácias e a Alliance Unichem (com 20% de quota de mercado e detida parcialmente pela ANF) informa que "a venda de MNSRM ainda não foi estudada pela empresa do ponto de vista económico. É uma situação nova". Para a Codifar (12% de quota de mercado) "tomámos uma posição de não procurar activamente fazer negócio com as grandes superfícies..." e "... no caso das pequenas lojas, também não vamos avançar sem uma decisão da direcção." (Primeiro de Janeiro e Diário de Notícias de 11.10.2005)

E Viva o País das Corporações !!! (apesar de supostamente o regime corporativo ter terminado em Portugal em 1974...)

À atenção da Autoridade da Concorrência !

domingo, outubro 09, 2005

Choque tecnológico ?

Noite eleitoral sem o fluxo dos resultados oficiais do STAPE e com o recurso a meios alternativos de recolha de informação. Fará isto parte do choque tecnológico ?

sexta-feira, outubro 07, 2005

BE - Bloco Ecológico ?

Ontem no hall do prédio onde vivo fui surpreendido por um "tapete" de folhetos da campanha eleitoral. Já não vale a pena tocar às campainhas para o folheto ir para a caixa do correio: mete-se uma mão cheia de folhetos debaixo da porta.
Um processo ecológico de campanha adoptada pelo Bloco ?

Sondagens

Tantas e com resultados para todos os gostos! Desta vez parece não haver tanta convergência nos resultados. Mas com universos mais limitados como são os municípios não seria de esperar o contrário ? Domingo ver-se-á qual (das sondagens...) ganha.

Uma visão prospectiva ?

Com a leitura dos jornais atrasada só agora encontrei na Visão da semana passada (n.º 656, 29.09.2005) dois textos que se integram neste Country of last things e de que vale a pena partilhar excertos.

O primeiro é de Filipe Luís na coluna Sexto Sentido e intitula-se O ovo de Colombo (p.58):

Ficam desde já, os Tribunais cientes: se alguma vez o autor destas linhas vier a ser arguido num processo e susceptível de incorrer em prisão preventiva, basta-lhe desaparecer de circulação por, digamos, meia dúzia de meses. Passado esse período, entrega-se. Com essa atitude, provará que não quer fugir. O precedente de Fátima Felgueiras é um verdadeiro ovo de Colombo: agora para demonstrarmos que não pretendemos fugir, primeiro fugimos ! Um paradoxo ? Não: é apenas a Justiça a funcionar. Podemos dormir descansados.


O segundo é de Ricardo Araújo Pereira na coluna Boca do Inferno , intítula-se O presidente de todos os bandidos (p. 129):

Estou muito preocupado com as eleições presidenciais: já há vários candidatos à Presidencia da República e, até agora, nenhum deles é arguido num processo-crime qualquer. Receio bem que isso possa descaracterizar a nossa democracia. Não admira que haja alguém que diga que o regime está em perigo.

quinta-feira, outubro 06, 2005

Os cafés de Viena



Têm justa fama os cafés de Viena. O Central, o Sacher, o Mozart, o do Hotel Imperial e tantos outros. Confortáveis, bem decorados, óptimo ambiente, serviço impecável. Mesmo o "small express coffee" é servido num pequeno tabuleiro e sempre acompanhado com um pequeno copo de água e uma mini leiteira. Por tudo isto os 2,5 €uros são porventura bem mais justos do que os 0,5 €uros do país da bica em pé ao balcão.
Não esquecer de acompanhar o café com a variada pastelaria vienense com destaque especial para a famosa torta Sacher.

Deprimente

Depois de seis dias em Viena, acordar em Lisboa e ouvir 60 minutos de notícias da TSF entre as 8 e as 9 da manhã é, no mínimo, deprimente ...

De Zurique para Frankfurt ...

Durante anos, enquanto a TAP e a Swissair pertenceram à mesma aliança, Zurique era ponto de passagem obrigatório para quem se queria deslocar à Europa (fora dos destinos para que havia vôos directos). Com a TAP na nova Star Alliance dominada pela Lufthansa, Frankfurt substituiu Zurique. Deixou de se passar em Zurique. Já quase nem me lembro como era aquele aeroporto. Em sua substituição o aeroporto de Frankfurt começa a ser familiar. E tornou-se o ponto de encontro de todos os que, ao fim do dia, aí se reúnem para tomar o último avião para Lisboa.

terça-feira, outubro 04, 2005

Castanhas assadas

Karnter Strasse é a rua pedonal que em Viena liga a Ópera a Stephansdom - a Catedral de Santo Estêvão. É bem um dos - senão o - centro(s) de Viena. Ontem à tarde um belo cheiro a castanhas assadas, bem à moda do Outono de Lisboa. E aquilo que não é possível nos 28º de Lisboa, é-o nos 18º de Viena. Pormenor do preço: pacote com 9 castanhas 1,60 €, pacote com 12 - 2,00 €. Uma diferença: os pacotes não eram de papel de listas telefónicas usadas, mas de papel branco ...

O último argumento

Há cinco dias fora de Portugal e dali apenas conhecendo as últimas notícias do Público, chega-me pelo telefone a declaração de Carrilho: É bom que a Câmara seja da mesma cor política que o Governo. Na falta de outros é o que se chama o "último argumento" ...

Eclipse

segunda-feira, outubro 03, 2005

Os seniores

Afinal já sou um sénior. Ontem à entrada do Albertina amigo austríaco lembrava-me que todos já tinhamos mais de 60 anos pelo que havia redução no preço dos bilhetes. Pedi 4 bilhetes seniores e quando esperava uma corropio de comprovações com apresentação de bilhetes de identidade ou de passaportes ou das dificuldades inerentes à diferença de nacionalidade, nada disso aconteceu e os bilhetes foram fornecidos apenas acreditando na minha palavra. Hoje repeti o pedido na visita ao Tesouro Imperial e novamente ele foi satisfeito sem qualquer dificuldades.
Quando penso na cena acontecida há algum tempo em Lisboa em que à porta da Casa Museu Vieira da Silva a funcionária da bilheteira invectivava uma senhora que tinha pedido um bilhete para maiores de 65 anos duvidando da declaração da senhora tendo depois que "engolir em seco" com a comprovação feita, vemos bem a diferença do nosso "country das last things"...

O financiamento da cultura

Já ontem falei no Musikverein (vale a pena visitar o seu site). Sede da Sociedade dos Amigos da Música, nele se encontra instalada a Orquestra Filarmónica de Viena que regularmente aqui dá concertos. Não é uma organização estatal, mas privada. E amigo que pertence à respectiva Direcção contava-me que apenas depende em 5% de subsídios estatais. O resto é de receita de bilheteira ! O preço dos bilhetes (para o nível português) não se pode dizer que seja barato. Mas os concertos estão cheios e a cultura sobrevive sem o Estado ou apenas marginalmente dele.

Adjectivos

Chamaram-me "visceral"...será bom?

domingo, outubro 02, 2005

Cultura: a grande diferença

Vir à Europa dá sempre para fazer a diferença do nosso “country of last things”. Desta vez está a ser Viena que marca a diferença. É uma cidade que “respira” cultura. Ontem em dois museus os grupos de crianças com pais ou professores ocupavam parte significativa dos visitantes. Hoje uma visita à recém-remodelada sala de exposições do Albertina deu, não só para conhecer Rudolph von Alt, um aguarelista austríaco do século XIX, como para ver como num domingo de manhã um museu pode estar cheio. De pessoas de todas as idades e dos mais variados extractos sociais.

Mas a prova provada veio à tarde. Através de amigo tive oportunidade de conseguir bilhetes para um concerto no Musikverein, a mítica sala de concertos que apenas conhecia prosaicamente dos “concertos de ano novo” que fazem parte da rotina da programação do primeiro dia do ano na televisão portuguesa. Para ouvir uma oratória do compositor austríaco Franz Schmidt intitulada "Das Buch mit sieben Siegeln" (penso que se pode traduzir pelo “Livro dos Sete Selos”), escrita entre as duas guerras mundiais e que se baseia no Livro do Apocalipse, estava uma sala (cerca de 2000 lugares) completamente cheia, de pessoas de todas as idades e, claramente, não fazendo parte. especificamente de uma elite ...

E quando se pensa que aos domingos naquela sala há cinco (!) concertos diferentes a várias horas, dá para pensar e repensar.

P.S. O tema deste post não pode, nem deve, ser considerado como referindo-se ao discurso de um dos candidados à presidência da Camara Municipal de Lisboa.